terça-feira, 16 de setembro de 2014

O Início

E eis que no início do ano de 2014, me dou conta que os anos estão passando correndo. Fazer o quê?
Decido correr junto com o tempo.
Minha primeira motivação é quebrar o sedentarismo que tomou conta de mim no ano de 2013. Como aconteceu? Não sei bem ao certo, fui me acomodando. Após uma lesão no calcanhar, fiquei parado por alguns meses. No dia em que volto a jogar futebol, uma torção no joelho e mais alguns meses. Então, quando percebo, um ano se passou. E eu ali, cada vez mais parado.
O peso aumentando, a fadiga mais presente, a dificuldade séria em dormir a noite. Eu não estava confortável ao perceber o rumo das coisas.
Comecei a fazer caminhadas. Calçava um tênis, fones nos ouvidos e seguia avenida afora. No início eram agradáveis, porém solitárias. Alguns dias, só de pensar no tédio, ficava encontrando pequenas coisas para fazer e não ia caminhar. Quando finalmente saia para a rua, ia cada vez mais longe para não desistir. Mas não estava feliz com aquilo.
Eis que em Março, um amigo e colega de trabalho, o Marcos, me convidou para correr uma rústica de revezamento em quarteto. Pensei que seria muito fácil correr 2,5km, afinal eu já estava fazendo caminhadas de 10 a 12 km.
Seria uma prova interessante, muita gente, a chance de não sentir a solidão das caminhadas.
Então encarei o desafio. Era hora de acelerar o ritmo e passar das caminhadas para as corridas.
'Moleza' eu pensei. Minhas metas eram (não necessariamente nesta ordem):
1. Concluir o trajeto,
2. Não ser o pior tempo do quarteto.
3. Não ser o último quarteto da prova.
Hora de começar a treinar. Aplicativo baixado no celular, playlist escolhida e vamos correr.
No primeiro dia de treino, já senti a diferença entre caminhar e correr. Nestes momentos é que a gente compreende a importância do oxigênio. Não consegui completar 1 km inteiro antes de um cansaço imenso tomar conta do meu corpo. Após o treino, fui para casa indignado comigo mesmo. No dia seguinte, aula a tarde e a noite. Eu precisava passar 8 horas de pé e falando. Não consigo dar aulas sentado. Meu corpo estava todo dolorido. Mas sou muito teimoso para desistir.
Um dia de descanso e vamos a mais um treino. Na seção de alongamento, parecia que eu tinha virado pedra. Sensação que a coisa estava pior. Musculatura completamente travada. Como é bom lembrar das orientações sobre o alongamento. Treino, mais cansaço, mais dor. Ao chegar em casa, porém, uma sensação muito interessante. Eu estava me sentindo muito feliz. Naquela noite, dormi fácil, como a muito tempo não conseguia mais fazer. Acordei melhor ainda.
Pronto, estava apaixonado. Apaixonado por correr.

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