Foi a minha primeira participação nesta prova e minha segunda corrida pedestre dentro de um autódromo. A primeira havia sido dentro do autódromo de Tarumã em 2016.
Desde criança, sempre fui muito apaixonado por corridas de automóveis e sempre gostei muito de assistir as provas ao vivo dentro do autódromo. E agora, desde 2014, praticando a corrida de rua pedestre, fiquei muito animado com a possibilidade de correr dentro do autódromo mais perto de minha cidade e no qual assisti corridas com meus irmãos e com meu pai.
Depois da retirada dos kits, um passeio pelo autódromo, onde havia feira de artesanato, food trucks, exposição de fuscas e um show de rock. Uma pena não poder tomar um chopp artesanal antes da prova.
Anoiteceu, o público chegando e todos iniciaram o aquecimento para a corrida que iniciaria logo mais. Esta é uma das partes mais animadas de uma prova. Locutor passando as últimas instruções, já que a largada seria em tempos diferentes para cada distância. Aqueles que fariam 12km completando 4 voltas na pista, distância que eu estava inscrito, largariam antes, a turma que faria 6km completando 2 voltas largaria depois e o pessoal que faria 3km e daria 1 volta no autódromo, iria largar por último.
Aquecimento concluído, alinhamos para a largada. O locutor alertou para não corrermos muito próximo a borda da pista, pois havia a possibilidade de torcer o pé na zebra de uma curva. A corneta soou e a largada aconteceu. O percurso seria realizado no sentido oposto àquele que os carros fazem. Isto significa que a reta seria concluída toda em subida. Partimos em direção a primeira curva, à direita, e já deu para perceber que seria muito escuro, quase impossível enxergar muito a frente.
Fiz minha primeira volta em um rítmo acima daquele que eu havia planejado, mas estava me sentindo muito bem, porém no início da segunda volta, devido a inclinação do asfalto nas curvas e escuridão dificultar a visão do limite da pista, pisei na zebra e torci o tornozelo. Com uma dor bastante forte e 3 voltas ainda por completar, não desanimei e continuei correndo em um ritmo muito inferior àquele ao qual eu havia planejado. Mas eu não tinha viajado até Guaporé e criado toda uma expectativa de correr dentro de um autódromo para desistir na primeira volta. Deixei a dor de lado e continuei a correr.
Após a segunda volta, quando a maioria dos competidores dos 3km e 6km já haviam terminado a prova, e eu estando mais lento, a escuridão e o silêncio da pista começaram a fazer a diferença no quesito emocional. É impressionante a quantia de pensamentos que conseguimos gerar em tão poucos minutos desta forma. Procurei observar e controlar minhas emoções e pensar em coisas positivas para chegar até o final da prova, mesmo que as curvas fizessem momentaneamente com que eu perdesse a referência do local de chegada. Após completar a última curva, da última volta e entrar na reta final, uma subida de 600mt, consegui visualizar vultos contra a luz à uma distância de uns 100mts. Me propus neste instante, fazer um sprint e alcançar aquele competidores antes de cruzar a linha de chegada. E consegui, passei o primeiro no meio da reta e o segundo quando faltavam 5 passos para chegada. Para muitos, isto é bobagem, mas para mim, foi uma vitória e tanto.
Após a chegada, que foi gentilmente filmada pela Karen Rocha, e que eu agradeço imensamente por este gesto, era hora de receber a medalha de participação e acompanhar a entrega da premiação aos vencedores. A nossa turma de atletas, foi muito premiada. Vários competidores de Passo Fundo, alcançaram os lugares no pódio. Parabéns a todos.
Confira os resultados da 2ª Guaporé Night Run - 2019
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